Queridos amigos!
Ficamos alguns dias sem postagens, devido a imprevistos!
Estamos de volta com as reflexões que
tanto nos encorajam ao amor para com os pequeninos!
É bom saber que os amigos estão sempre por
perto!
Grande abraço!
Fernanda
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Por Edson Ramos de
Siqueira
Edson é
colunista do blog Animais e o Espiritismo e participa do Projeto Alma Animal
Alex, o famoso
papagaio cinzento que tanto contribuiu para a ciência do comportamento animal,
tinha pavor de tornados. Segundo sua tutora, a cientista Irene Pepperberg, ele
percebia a alteração da pressão atmosférica antes de qualquer ser humano.
Relatou Irene:- “A única coisa que o acalmava nas horas de tempestade era o
concerto de Haydn para violoncelo, que o deixava em um estado semelhante ao de
transe; o corpo balançava suavemente e os olhinhos quase se fechavam”.
Outra característica
comportamental de Alex era tomar o controle da situação, quando pedia alguma
coisa. Escreveu Irene:- “Deixava bem claro e com muita rapidez para os recém
chegados, que teriam que lhe prestar obediência”.
Certa feita, ela
precisou viajar. Solicitou à Barbara Katz, experiente tratadora de aves, que
cuidasse de Alex. Transcrevo a seguir, o relato de Barbara:-
Pensei que seria simples. Cheguei ao laboratório no
início da tarde e encontrei Alex todo feliz enquanto destruía um pequeno
armário velho à frente dos alunos, que observavam sem saber o que fazer.
“Olá Alex. Como vai?”
“Quero noz”, ele declarou com uma charmosa voz melodiosa.
“Alex”, falei calmamente, “você come nozes demais. A
Irene disse que eu deveria oferecer fruta quando você pedisse guloseimas. Que
tal uva?”
“Quero noz”.
“Nada de nozes. Que tal banana?”
“Quero noz”.
“Está bem, só uma”.
Destampei a lata, peguei uma noz e estiquei a mão para
ele. Habilmente, Alex se esticou e pegou-a. Mordiscou-a, comendo-a aos
pedacinhos até terminar e só restar umas migalhas no canto do bico.
“Quero noz”.
“Não, você já ganhou uma. Que tal uva?”
Senti que vinha encrenca.
“Quero água”.
“É uma boa idéia Alex”. Estendi sua pequena xícara de
plástico branca. Ele tomou dois pequenos goles, depois puxou a xícara da minha
mão e atirou-a resolutamente no chão.
Para
aquelas pessoas que desconhecem a conexão entre as mentes humanas e dos outros
animais, este relato mais parece um trecho de uma estória infantil. Mas é real;
além de não se tratar de um fato isolado, referente a um único animal fora de
série. A diferença de Alex para os demais indivíduos da espécie, é que ele teve
a oportunidade de desenvolver seu potencial cognitivo. Isto é válido para
qualquer espécie animal. Por exemplo: se o ser humano não dispuser de um
ambiente educacionalmente favorável, como poderia desenvolver uma mente
saudável, usufruindo de toda potencialidade de sua inteligência? Este mesmo
processo educacional explica porque nos deparamos com tantos cães
maravilhosamente bem comportados e obedientes, e tantos outros insuportáveis
sob a ótica comportamental. Que tipo de educação cada um recebeu?
Ainda em relação à
conexão das questões relativas à mente humana e dos outros animais, referida no
início do parágrafo anterior, ilustro com palavras do etólogo cognitivo Frans
De Wall:- “Chimpanzés são sempre destaque em zoológicos. São
engraçados – mas não porque as macaquices sejam cômicas. Eles causam risos
porque os espectadores humanos se reconhecem nesses primatas, cujo material
genético é 98% idêntico ao seu”.
Encerrarei este
capítulo sobre o tema “inteligência animal”, com uma citação do médico
psiquiatra Augusto Cury:- “Na infância, juventude e vida adulta, o patrimônio
genético continuará influenciando a construção de experiências. Mas se o
ambiente educacional estimular as funções complexas da inteligência, se o
processo de formação da personalidade for saudável e se o Eu for bem construído
como gerente da psique, o patrimônio genético não terá prevalência, ainda que
os pais tenham transtornos psiquiátricos de fundo genético”.
Ou seja, a educação é
a base de todo o processo evolutivo espiritual, independentemente da espécie
animal.
Referências bibliográficas adicionais
Cury,
A. . A fascinante construção do Eu. São Paulo: Planeta, 2011. 192p.
Wall, F.. Eu, primata: por que
somos como somos. São
Paulo: Companhia das Letras, 2007. 331p.
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