quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Simbah e meus sonhos


O texto a seguir foi escrito pela amiga e leitora do blog Priscilla Bertelli

Priscilla, agradecemos imensamente por sua contribuição na divulgação do amor e do respeito para com os animais não-humanos e por compartilhar essa bela história conosco.

Para compartilhar sua história conosco, acesse: Escreva sua história!


“Olá! Se me permitem quero contar uma história também.


Meu nome é Priscilla e poderia contar várias histórias de animais que tive, ao longo dos meus 34 anos, sempre com finais trágicos e tristes, mas contarei a do Simbah, meu basset misturado com vira-lata, preto e muito inteligente.

Na verdade o Simbah veio até mim quando eu tinha 10 anos e tinha acabado de perder minha galinha Ruja, de 1 ano e pouco, que eu cuidava como cachorro e ela se achava um cachorro na verdade...rs rs; ela era muito inteligente e certa vez sumiu e nunca mais a vi. Achamos que foi uma vizinha minha que a matou, pois ela vivia destruindo sua horta; minha galinha pulava o muro de casa e ficava boa parte do dia na rua e só voltava quando via que eu tinha chegado da escola; chorei muito com o seu sumiço, fiquei dias triste, nem comia direito, minha família toda ficou, na verdade; ela era muito amada, e é aí que entra o Simbah.


Meu pai, com muita dó de mim, resolveu levar a mim e minhas duas irmãs para buscarmos o Simbah bem pequenino, em uma casa distante e assim a alegria voltou lá em casa.

Infelizmente, o Simbah com 6 meses teve sinomose. Pois é, meu pai não o vacinou, achou que era bobagem, que ele seria só mais um vira-lata feliz e não pensou no pior; então o levamos ao  veterinário, ele examinou e não dava muita perspectiva de vida para meu cachorro; mais uma vez sofri muito, sofremos muito pensando já na perda.

Meu pai resolveu assumir o tratamento para curá-lo. Essa parte foi bem difícil, pois ele teve pneumonia também, o nariz dele ficava entupido, tínhamos que desentupir com palito de dentes, ele não conseguia respirar direito, não levantava da caminha dele, mas continuamos com o tratamento.

A alegria dele era quando chegávamos da escola, fazíamos carinho nele, nossa...acho que foi por isso que ele sobreviveu, por nós, pelo nosso amor.

Então Simbah sobreviveu, mas ficou com uma sequela da doença, a perninha direita traseira dele ficava pulando, como um tique nervoso, e quando ele corria ou andava muito ela travava, então nós o pegávamos no colo e o levávamos para casa.

Mesmo assim ele teve uma vida alegre, de cachorro mesmo, sabe?! Quando chegávamos da escola íamos brincar com nossos amigos e ele sempre junto, tipo cachorro de filme, bom companheiro... ele também adorava ir na casa da minha tia. Ele a chamava, latia, latia até ela atender e levá-lo de volta pra casa, os vizinhos o adoravam, mas o amor dele sempre foi maior por mim, eu sentia, sempre soube.

Certa vez, ele teve um ataque epilético isso com 4 anos de idade, corremos no veterinário que cuidou dele, o mesmo disse que era sequela da doença também. Ele começou a tomar remédio todos os dias para evitar os ataques.

Fazia uma semana que ele estava em tratamento, em janeiro de 1992 (o qual duraria para o resto de sua vida), e eu o achei muito triste naquele dia , não quis sair para a rua, onde eu ia ele ia atrás e eu falava: "Vai Simbah passear, depois você volta!", e nada, ele só ficava comigo, me lembro que estava no carro do meu pai ouvindo música e ele se deitou no meu colo e dormiu triste, triste... então fui tomar banho e quando voltei ele havia sumido de casa, do carro e pensei: "Ah! Ele foi passear como sempre!", mas eu estava preocupada, comecei a chamá-lo e ele não aparecia.

Depois de muito tempo, vi na calçada do vizinho meu amigo e gritei:" Simbah!", e ele correu (na verdade ele correu do cachorro do meu amigo, o Pólen)... mas ele não viu que passava um caminhão.

Nessa hora gelei rezando para que não tivesse acontecido o pior, mas aconteceu... ele foi atropelado. Quando o caminhão passou, eu gritei e caí de joelhos, todos os vizinhos correram achando que fosse uma criança o atropelado, mas era o meu cachorrinho, então, percebi o poruqe da tristeza do Simbah naquele dia.

Chorei muito, abri os olhos – ainda no chão –  e o vi correndo em minha direção; me levantei feliz, enxuguei as lágrima e quando olhei de novo ele estava no chão. Morto.

Fiquei eternos minutos chorando ao lado dele, morto, ainda quente; sei que foi um “fuzuê”. Meu pai queria brigar com o dono do caminhão, nosso vizinho (filho da mulher  que achamos que matou minha galinha Ruja). Nossa...um pesadelo.

Então minha mãe e meu pai o pegaram, o colocaram no carro e o levaram em um saco plástico junto com uma pá, não me deixaram ir junto; quando voltaram não me contaram onde o enterraram com medo de que eu fosse lá desenterrá-lo. Imagina! Nunca faria isso.

Fui dormir na casa da minha tia nesse dia horrível, com minhas irmãs, pois tínhamos visita em casa e não caberia todo mundo no mesmo quarto.

Na casa da minha tia, sonhei com o Simbah, ele vinha correndo em minha direção de noite, no quintal da minha tia mesmo, e pulava no meu colo, me lembro que ele me molhava toda, meu pijama ficou todo molhado! Ele estava todo molhado, como quando eu dava banho nele. Estava muito feliz!

Minha alegria era tanta no sonho, eu o abraçava tanto, agradecia por ele não ter morrido que  nem liguei de estar molhada. Acordei já de manhã com a sensação de estar molhada e com ele, mas era só um sonho; contei para minha mãe, meu pai, minha tia, pra todo mundo esse sonho, foi muito real. Sei que sofri muito, mais que todos, cheguei a emagrecer, foi horrível, nunca o esqueci. Nunca esqueci nenhum dos meus animais companheirinhos que partiram.

Certa vez, passados uns 3 ou 4 anos de sua morte (não tive outro cachorro nesse tempo), resolvi pegar 2 cachorros (que morreram de maneiras tristes também) e me lembrei muito do Simbah, então perguntei pra minha mãe onde ela e meu pai tinham enterrado o Simbah...

Para minha surpresa ela disse: "Filha tentamos enterrá-lo, mas a terra era muito dura, difícil de cavar, então olhamos para o lado e não tivemos dúvidas, o jogamos no rio ao lado e dissemos para ele ir em paz!". Nessa hora, lágrimas escorreram dos meus olhos, pois me lembrei do meu sonho no dia em que ele morreu, todos se lembraram do meu sonho, ele vindo molhado, de noite, feliz pular em meu colo, me molhando toda, na casa da minha tia; ele veio se despedir de mim, me deu seu último abraço e beijo, como tanto desejei naquele dia.

Depois que ele morreu sonhei muitas vezes com ele, sempre feliz. Isso me consolava muito. Quando lembro desse sonho vejo que o amor que nos une – humanos e animais –  é muito mais forte do que supomos. É eterno, nuca acaba.

Tive mais sonhos com outros cachorros que tive e que morreram, sonhos muito marcantes de despedida e apego mútuos que posso contar uma outra hora.

Espero que tenham gostado de uma das minhas tristes, mas felizes histórias com meus bichinhos/filhinhos.

Simbah, onde quer que esteja, saiba que eu te amarei eternamente.”

11 comentários:

  1. Nossa, muito linda sua história. Os animais vivem no mundo espiritual tbem!!!! Um dia nós todos vamoa nos encontrar com eles!!!!

    ResponderExcluir
  2. História triste e linda ao mesmo tempo. Também acredito que um dia vamos encontrar com nossos familiares e com nossos tão amados anjinhos de quatro patas, porque um amor de tão grande dimenção, jamais acaba com a morte!!!

    ResponderExcluir
  3. EU TBM NUNCA ME ESQUEÇO DOS MEUS ANIMAIZINHOS Q SE FORAM,SEMPRE SONHO COM ELES.QDO REVIVIO NA MEMORIA OS MOMENTOS Q TIVEMOS JUNTOS SEMPRE CHORO,ALIAS ESSAS HISTÓRIAS SEMPRE ME FAZEM CHORAR COMO AGORA,RS.MEU APEGO COM OS ANIMAIS É MTO FORTE SOFRO ATE PELOS Q NÃO SÃO MEUS...

    ResponderExcluir
  4. Comovente.Mas nãO TENHA DUVIDA.Seu amado cão vive.E para sempre.Numa noite estreladas,escute as estrelas.Vai ouvir os latidos vitoriosos dele e de todos os cães que compartilharam nossa existência,fazendo-a mais feliz.Um forte abraço. Decio

    ResponderExcluir
  5. Meu Deus, que história emocionante...até chorei...
    Também tenho uma cadelinha que teve cinomose também e lutei com todos meus recursos para salvá-la. Hoje ela continua viva e feliz!!!
    Beijos!!

    ResponderExcluir
  6. Meu Deus! Aconteceu algo parecido comigo. Criei por 12 anos uma cahorrinha com minha mãe. A dona mesmo era minha mãe, a cachorra era doida por ela, seguia para todo canto.
    Essa semana ela morreu, nos meus braços, já estava muito doente.
    Um dia depois da morte, sem saber se eu estava sonhando ou acordada, senti como se algo mordesse minha mão, aí, no sonho ou na realidade, quem vai saber, eu abria os olhos e via minha cachorrinha. E era como se ela dissesse que tava tudo bem, que eu não me preocupasse mais. Aí eu dizia: porque você não aparece pra mãe? E ela me olhava como se respondesse: Melhor não...ela não vai aguentar. Cuide dela. E sumia.

    O que mais me impressionou, é que o sonho foi só isso. E no "sonho" eu estava deitada exatamente na minha cama, com a mesma colcha, com o mesmo lençol...enfim, tudo real. Não sei no que acreditar...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Este pode ter sido um encontro....

      Obrigada por compartilhar!

      Grande abraço!
      Fernanda

      Excluir

Amigos, sejam bem-vindos! Ficamos muito felizes por receber suas mensagens!