O texto a seguir foi escrito pela amiga e
leitora do blog Priscilla Bertelli
Priscilla, agradecemos
imensamente por sua contribuição na divulgação do amor e do respeito para com
os animais não-humanos e por compartilhar essa bela história conosco.
Para compartilhar sua
história conosco, acesse: Escreva sua história!
“Olá!
Se me permitem quero contar uma história também.
Meu
nome é Priscilla e poderia contar várias histórias de animais que tive, ao
longo dos meus 34 anos, sempre com finais trágicos e tristes, mas contarei a do
Simbah, meu basset misturado com
vira-lata, preto e muito inteligente.
Na
verdade o Simbah veio até mim quando eu tinha 10 anos e tinha acabado de perder
minha galinha Ruja, de 1 ano e
pouco, que eu cuidava como cachorro e ela se achava um cachorro na verdade...rs
rs; ela era muito inteligente e certa vez sumiu e nunca mais a vi. Achamos que
foi uma vizinha minha que a matou, pois ela vivia destruindo sua horta; minha
galinha pulava o muro de casa e ficava boa parte do dia na rua e só voltava
quando via que eu tinha chegado da escola; chorei muito com o seu sumiço,
fiquei dias triste, nem comia direito, minha família toda ficou, na verdade;
ela era muito amada, e é aí que entra o Simbah.
Meu
pai, com muita dó de mim, resolveu levar a mim e minhas duas irmãs para
buscarmos o Simbah bem pequenino, em uma casa distante e assim a alegria voltou
lá em casa.
Infelizmente,
o Simbah com 6 meses teve sinomose. Pois é, meu pai não o vacinou, achou que
era bobagem, que ele seria só mais um vira-lata feliz e não pensou no pior;
então o levamos ao veterinário, ele examinou e não dava muita perspectiva
de vida para meu cachorro; mais uma vez sofri muito, sofremos muito pensando já
na perda.
Meu
pai resolveu assumir o tratamento para curá-lo. Essa parte foi bem difícil,
pois ele teve pneumonia também, o nariz dele ficava entupido, tínhamos que
desentupir com palito de dentes, ele não conseguia respirar direito, não
levantava da caminha dele, mas continuamos com o tratamento.
A
alegria dele era quando chegávamos da escola, fazíamos carinho nele,
nossa...acho que foi por isso que ele sobreviveu, por nós, pelo nosso amor.
Então
Simbah sobreviveu, mas ficou com uma sequela da doença, a perninha direita
traseira dele ficava pulando, como um tique nervoso, e quando ele corria ou
andava muito ela travava, então nós o pegávamos no colo e o levávamos para
casa.
Mesmo assim ele teve uma vida alegre, de
cachorro mesmo, sabe?! Quando chegávamos da escola íamos brincar com nossos
amigos e ele sempre junto, tipo cachorro de filme, bom companheiro... ele
também adorava ir na casa da minha tia. Ele a chamava, latia, latia até ela
atender e levá-lo de volta pra casa, os vizinhos o adoravam, mas o amor dele
sempre foi maior por mim, eu sentia, sempre soube.
Certa
vez, ele teve um ataque epilético isso com 4 anos de idade, corremos no
veterinário que cuidou dele, o mesmo disse que era sequela da doença também. Ele
começou a tomar remédio todos os dias para evitar os ataques.
Fazia
uma semana que ele estava em tratamento, em janeiro de 1992 (o qual duraria
para o resto de sua vida), e eu o achei muito triste naquele dia , não quis
sair para a rua, onde eu ia ele ia atrás e eu falava: "Vai Simbah passear,
depois você volta!", e nada, ele só ficava comigo, me lembro que estava no
carro do meu pai ouvindo música e ele se deitou no meu colo e dormiu triste,
triste... então fui tomar banho e quando voltei ele havia sumido de casa, do
carro e pensei: "Ah! Ele foi passear como sempre!", mas eu estava
preocupada, comecei a chamá-lo e ele não aparecia.
Depois
de muito tempo, vi na calçada do vizinho meu amigo e gritei:" Simbah!",
e ele correu (na verdade ele correu do cachorro do meu amigo, o Pólen)... mas
ele não viu que passava um caminhão.
Nessa
hora gelei rezando para que não tivesse acontecido o pior, mas aconteceu... ele
foi atropelado. Quando o caminhão passou, eu gritei e caí de joelhos, todos os
vizinhos correram achando que fosse uma criança o atropelado, mas era o meu cachorrinho,
então, percebi o poruqe da tristeza do Simbah naquele dia.
Chorei
muito, abri os olhos – ainda no chão – e
o vi correndo em minha direção; me levantei feliz, enxuguei as lágrima e quando
olhei de novo ele estava no chão. Morto.
Fiquei
eternos minutos chorando ao lado dele, morto, ainda quente; sei que foi um “fuzuê”.
Meu pai queria brigar com o dono do caminhão, nosso vizinho (filho da mulher
que achamos que matou minha galinha Ruja). Nossa...um pesadelo.
Então
minha mãe e meu pai o pegaram, o colocaram no carro e o levaram em um saco
plástico junto com uma pá, não me deixaram ir junto; quando voltaram não me
contaram onde o enterraram com medo de que eu fosse lá desenterrá-lo. Imagina! Nunca
faria isso.
Fui
dormir na casa da minha tia nesse dia horrível, com minhas irmãs, pois tínhamos
visita em casa e não caberia todo mundo no mesmo quarto.
Na
casa da minha tia, sonhei com o Simbah, ele vinha correndo em minha direção de
noite, no quintal da minha tia mesmo, e pulava no meu colo, me lembro que ele
me molhava toda, meu pijama ficou todo molhado! Ele estava todo molhado, como quando
eu dava banho nele. Estava muito feliz!
Minha
alegria era tanta no sonho, eu o abraçava tanto, agradecia por ele não ter
morrido que nem liguei de estar molhada. Acordei já de manhã com a
sensação de estar molhada e com ele, mas era só um sonho; contei para minha
mãe, meu pai, minha tia, pra todo mundo esse sonho, foi muito real. Sei que
sofri muito, mais que todos, cheguei a emagrecer, foi horrível, nunca o
esqueci. Nunca esqueci nenhum dos meus animais companheirinhos que partiram.
Certa
vez, passados uns 3 ou 4 anos de sua morte (não tive outro cachorro nesse
tempo), resolvi pegar 2 cachorros (que morreram de maneiras tristes também) e
me lembrei muito do Simbah, então perguntei pra minha mãe onde ela e meu pai
tinham enterrado o Simbah...
Para
minha surpresa ela disse: "Filha
tentamos enterrá-lo, mas a terra era muito dura, difícil de cavar, então
olhamos para o lado e não tivemos dúvidas, o jogamos no rio ao lado e dissemos
para ele ir em paz!". Nessa hora, lágrimas escorreram dos meus olhos,
pois me lembrei do meu sonho no dia em que ele morreu, todos se lembraram do
meu sonho, ele vindo molhado, de noite, feliz pular em meu colo, me molhando
toda, na casa da minha tia; ele veio se despedir de mim, me deu seu último
abraço e beijo, como tanto desejei naquele dia.
Depois
que ele morreu sonhei muitas vezes com ele, sempre feliz. Isso me consolava
muito. Quando lembro desse sonho vejo que o amor que nos une – humanos e
animais – é muito mais forte do que
supomos. É eterno, nuca acaba.
Tive
mais sonhos com outros cachorros que tive e que morreram, sonhos muito
marcantes de despedida e apego mútuos que posso contar uma outra hora.
Espero
que tenham gostado de uma das minhas tristes, mas felizes histórias com meus
bichinhos/filhinhos.
Simbah, onde quer que esteja, saiba que eu te
amarei eternamente.”
Nossa, muito linda sua história. Os animais vivem no mundo espiritual tbem!!!! Um dia nós todos vamoa nos encontrar com eles!!!!
ResponderExcluirO que dizer.....me emocionei
ResponderExcluirMe emocionei .....
ResponderExcluirHistória triste e linda ao mesmo tempo. Também acredito que um dia vamos encontrar com nossos familiares e com nossos tão amados anjinhos de quatro patas, porque um amor de tão grande dimenção, jamais acaba com a morte!!!
ResponderExcluirEU TBM NUNCA ME ESQUEÇO DOS MEUS ANIMAIZINHOS Q SE FORAM,SEMPRE SONHO COM ELES.QDO REVIVIO NA MEMORIA OS MOMENTOS Q TIVEMOS JUNTOS SEMPRE CHORO,ALIAS ESSAS HISTÓRIAS SEMPRE ME FAZEM CHORAR COMO AGORA,RS.MEU APEGO COM OS ANIMAIS É MTO FORTE SOFRO ATE PELOS Q NÃO SÃO MEUS...
ResponderExcluirComovente.Mas nãO TENHA DUVIDA.Seu amado cão vive.E para sempre.Numa noite estreladas,escute as estrelas.Vai ouvir os latidos vitoriosos dele e de todos os cães que compartilharam nossa existência,fazendo-a mais feliz.Um forte abraço. Decio
ResponderExcluirLinda história, mas chorei. Abs
ResponderExcluirLinda história, mas chorei. Abs
ResponderExcluirMeu Deus, que história emocionante...até chorei...
ResponderExcluirTambém tenho uma cadelinha que teve cinomose também e lutei com todos meus recursos para salvá-la. Hoje ela continua viva e feliz!!!
Beijos!!
Meu Deus! Aconteceu algo parecido comigo. Criei por 12 anos uma cahorrinha com minha mãe. A dona mesmo era minha mãe, a cachorra era doida por ela, seguia para todo canto.
ResponderExcluirEssa semana ela morreu, nos meus braços, já estava muito doente.
Um dia depois da morte, sem saber se eu estava sonhando ou acordada, senti como se algo mordesse minha mão, aí, no sonho ou na realidade, quem vai saber, eu abria os olhos e via minha cachorrinha. E era como se ela dissesse que tava tudo bem, que eu não me preocupasse mais. Aí eu dizia: porque você não aparece pra mãe? E ela me olhava como se respondesse: Melhor não...ela não vai aguentar. Cuide dela. E sumia.
O que mais me impressionou, é que o sonho foi só isso. E no "sonho" eu estava deitada exatamente na minha cama, com a mesma colcha, com o mesmo lençol...enfim, tudo real. Não sei no que acreditar...
Este pode ter sido um encontro....
ExcluirObrigada por compartilhar!
Grande abraço!
Fernanda