Animais e o Espiritismo: O que os animais pensam?

Brown um golden retriever do casal de criadores Márcio e Cecília Leite, de São Paulo. Obediente, calmo e pouco afeito a latidos. Certo dia, ninguém entendeu por que ele havia entrado em casa tão agitado, latindo e pulando nas paredes. Ninguém sabia que o cachorro tinha saído para passear com seu dono, Márcio. Era a primeira vez que Brown aventurava suas patas douradas pelas ruas do condomínio. A alegria do passeio acabou quando Márcio tropeçou e caiu em uma ribanceira, a 2 Km de casa. Brown tentou levantá-lo. Como não conseguiu, foi buscar ajuda em casa. Ninguém lhe deu atenção. Márcio foi encontrado pela segurança do condomínio. As fraturas no rosto causadas pelo tombo e outras complicações lhe renderam 28 dias de hospital. Seis sedado. Só quando recobrou a consciência pôde desfazer o boato que corria entre médicos e enfermeiras: Brown não era o “cão que atacara” o próprio dono. “Ele tentou me salvar.”

A atitude de Brown não é só uma emocionante demonstração de afeto. Mostra o que muitos donos de bicho de estimação desconfiam, e que novas pesquisas científicas estão começando a constatar. Os animais são mais inteligentes do que parece. Um tipo de inteligência bem parecida com a nossa. Alguns dão até sinais de consciência. O imaginário construído em torno da ideia do filósofo francês René Descartes, no século XVII – de que os animais seriam como máquinas, desprovidos de emoção e pensamento –, persistiu até o século XX. Mas foi definitivamente sepultado por estudos recentes, por cientistas da Universidade Saint Andrews, na Escócia. Eles confirmaram que os animais não estão tão distantes de nós em uma habilidade considerada exclusivamente humana: a linguagem.

“Nós subestimamos a capacidade dos animais por muito tempo”, diz Irene Pepperberg, pesquisadora da Universidade Brandeis, nos Estados Unidos, uma das pioneiras no estudo da inteligência animal.

Veja vídeo (em inglês) da pesquisadora e o papagaio Alex (papagaio-africano do ou Congo - Psittacus erithacus)

Alex the talking parrot - Alex o papagaio falante

Alex pode responder diferentes questões sobre o mesmo objeto.

Quando a pesquisadora mostra para ele o objeto amarelo pergunta de que matéria é feito, ele parecendo analisar responde: cloth (pano).

Quando pergunta sobre quantos lados o objeto possui, Alex responde: four corns (quatro lados).

O vídeo diz que ele realmente presta atenção nas questões.

Quando questionado sobre quantas chaves a pesquisadora está segurando, responde precisamente: two (duas). Neste momento, pela segunda vez, pergunta se pode voltar. Mostrando vontade em sua frase. Ele realmente se comunica com a pesquisadora expressando vontade de fazer o que fala. Logo depois, pede um pouco de água e a pesquisadora o atende prontamente perguntado se ele realmente quer ou se apenas está interrompendo.

A pesquisadora pergunta: “What color bigger?” (Qual cor é a maior?). Alex responde prontamente: green (verde).

Quando questionado: How many green blocks? (Quantas blocos verdes?), Alex responde: two (dois). É interessante dizer que Alex não foi treinado para este teste.

No final a pesquisadora enfatiza o fato de Alex poder responder diversas questões sobre um objeto e testes aplicados, mostrando que ele realmente sabe o que as perguntas significam!

O talento de Alex mostra que elementos de nossa inteligência não são exclusivos aos humanos. “Formas avançadas de processar informações estão em muitas criaturas”, afirma Irene. “Durante a evolução, tanto animais como seres humanos estavam sujeitos às mesmas pressões ambientais, que selecionaram essas características.”

Veja vídeo (legendado) com "Einstein" (outro papagaio-africano). Este é treinado previamente para responder perguntas, porém parece entendê-las.