segunda-feira, 11 de abril de 2011

Alimentação e Evolução Espiritual (Parte II)






Livro dos Espíritos (LE, questão 724): Será meritório abster-se o homem da alimentação animal, ou de outra qualquer, por expiação? 
“Sim, se praticar essa privação em benefício dos outros. Aos olhos de Deus, porém, só há mortificação, havendo privação séria e útil. Por isso é que qualificamos de hipócritas os que apenas aparentemente se privam de alguma coisa.”

"Muito pouco da grande crueldade mostrada pelos homens pode ser atribuída realmente a um instinto cruel.  A maior parte dela é resultado da falta de reflexão ou de hábitos herdados."
Albert Schweitzer


Muitos de nós, que ainda comem carne de outros animais, podem questionar que este tipo de alimentação faz parte da vida de nossa espécie há milhares de anos, o que decisivamente é verdadeiro. Há centenas de anos também matávamos nosso semelhante por território -  infelizmente ainda o fazemos, porém em menor escala.

Há milhares de anos, nossos parentes alimentavam-se de outros animais. Por sua maior inteligência e consequente capacidade de elaboração de estratégias para a caça e, mais tarde, criação de animais, o homem (ou seu parente) alcançou, junto com outras espécies, o topo da cadeia alimentar.

Este homem vivia integrado à Natureza e, devido à sua superioridade anatômica e intelectual percebeu que poderia alimentar-se e tirar proveito dos outros animais.

Atualmente, seria insensato de nossa parte justificar nossa alimentação pela mesma cadeia alimentar, da mesma forma que não devemos comparar a consciência do que conhecemos por homem atual e do homem daquela época. 

Espiritualmente, sabe-se que o existem 3 fases de evolução: natural/animal, social e moral (Pestalozzi - do qual Allan Kardec foi discípulo). Muitos ainda vivem em parte no estágio animal, quase que alcançando o estágio social. São poucos aqueles que estão por inteiro no estágio moral, ainda que alguns possam agir conforme uma moral mais elevada.

O que se sabe é que, atualmente, a maioria daqueles que não comem carne justifica-se pela questão ética e não mais apenas pela saúde. Parece que a maneira de pensar está se modificando.

"Há alguns séculos, discutia-se se escravos tinham alma! Hoje, estupefatos, julgamos isso um absurdo e já nos sentimos muito avançados por estarmos discutindo se os animais tem alma."
Irvênia Prada

Então, como podemos justificar o ato de comer carne pela mesma cadeia alimentar da qual nossos parentes - em estágio animal de consciência - fizeram parte?

Sem dúvida nosso nível moral vem aumentando desde o princípio, bem como nosso nível intelectual, o que nos leva, erroneamente, a acreditar que podemos utilizar intensivamente e, na grande maioria das vezes, desrespeitosamente os recursos da Natureza, nos quais incluímos nossos irmãos animais.

Reflitamos com muito amor e paciência. Semana que vem continuamos este estudo!


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