A alma dos animais: uma visão científica (Parte I)

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Sabe-se que o Espiritismo baseia-se em 3 frentes: religião, filosofia e ciência. Muito do que o Espiritismo traz, a ciência vem comprovando. Assim também acontece com a existência da alma dos animais. Em O Livro dos Espíritos (questão 597 a), Kardec pergunta:

- Será esse princípio (Kardec refere-se ao princípio independente da matéria nos animais - espírito) uma alma semelhante à do homem?

“É também uma alma (...).É, porém, inferior à do homem."

Em 1857, ano em que este livro foi publicado, já se falava em alma dos animais.

Tomemos como referência 1997, ano em que a médica veterinária Irvênia Prada lançou a primeira edição do livro "A Alma dos Animais" (segunda edição em 2000) - claro que as pesquisas neste sentido datam de muito antes -, conceituando cientificamente a alma como mente e o conjuto de suas características (raciocínio, pensamento, consciência etc).

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Então, a ciência prova a existência da alma dos animais? Neste sentido de psique e diante das evidências científicas, pode-se dizer que sim! O que já é muito, pois a ciência, infelizmente, ainda não compartilha da maioria das experiências que não se pode reproduzir em laboratório repetidas vezes.

Tomemos como base para este capítulo o livro de Irvênia Prada mencionado há pouco - livro importantíssimo para todos aqueles que se interessam pelo assunto, livro de fácil acesso e de linguagem clara.

Segundo Prada, alguns estudiosos admitem que os seres vivos teriam, além do corpo físico, a manifestação da vida, como sendo de outra natureza. Além do corpo físico e da vida, geralmente se considera para o ser humano, um terceiro elemento : ANIMUS (alma, espírito, mente, psique).

Quando se fala de corpo e vida, parece de grande facilidade para o ser humano entender a semelhança entre homens e outros animais. Mas por algum motivo, talvez de ordem cultural e certamente com grande participação do componente religioso, sistematicamente as pessoas atribuem apenas a si, à sua espécie, a existência do terceiro elemento (animus), e sem nenhum questionamento (Prada, 2000).

Não e justo, nem lógico, considerar que os outros animais não compartilhem conosco o "animus", pois é só observar o seu comportamento, para notar manifestação de emoções, elaboração de estratégias, vontade própria, aprendizado etc.

Diante das evidências de estudos etológicos (comportamento animal) que podem ser utilizados para refletir cientificamente o atributo "animus" nos outros animais, não se pode mais pensar que apenas o ser humano têm alma.

Continuamos este assunto semana que vem!