Por Simone Fernandes
“A relação subjetiva
entre homens e ‘bichos’ transformou-se. Diferentemente de seus ancestrais, o
animal contemporâneo não é uma simples companhia ou protetor, mas um membro da
família humana” (Delarissa e Mattioli, 2007). Conforme estes autores, a
afetividade com os animais é herança de nossos antepassados; mas na atualidade,
esta relação é muito mais próxima e complexa. Interagimos com eles de forma
mais profunda, buscando, muitas vezes, alívio para nossas angústias. Mais do
que companhia eles são provedores de afeto, ajudando no resgate ou estímulo de
aspectos lúdicos e cognitivos.
Esta maravilhosa
interação psíquica entre o homem e as demais espécies animais, possibilita que
nossos irmãos menores sejam importantes auxiliares em processos terapêuticos;
recurso utilizado desde o final do século XVIII. Como exemplo, os animais
despertam os sentimentos de sociabilidade e de fraternidade em humanos com
doenças mentais (Althausen, 2007).
Sob qualquer ângulo que façamos
a análise, verificaremos que o vínculo homem-animal transcende o plano físico,
onde nós espíritos temos os sentidos conscienciais parcialmente bloqueados pela
matéria densa que nos envolve. O que quero dizer com isso? Que a relação
homem-outros animais é muito profunda, muito mais do que podemos imaginar.
Entre nós existe uma interdependência inexorável, subconsciente em diversas
situações.
O já abordado efeito
terapêutico que os outros animais podem exercer sobre nós é um indicador
indiscutível de efetiva interação energética. É de conhecimento da população
que muitos hospitais, asilos, escolas, etc.., usam o recurso da zooterapia, com
resultados impressionantes.
A presença do animal
estimula questões relativas à memória, bem como os processos cognitivos, motiva
pacientes a enfrentar tratamentos difíceis, facilitam a recuperação física e
estimulam a criatividade e a predisposição ao aprendizado de crianças com
atraso no desenvolvimento físico e mental (Leal e Natalie, 2007). Estas autoras
citaram pesquisa publicada em 2001 por Johannes Odendaal e Susan Lehmann, cujos
resultados demonstraram que a interação entre seres humanos e cães promove, em
ambos, alterações hormonais que influenciam a concentração de endorfinas beta,
febilatalamina, prolactina e oxitocina, por períodos médios de 15 minutos.
Estas substâncias diminuem a ação do cortisol (hormônio do estresse),
provocando sensação de bem-estar.
No Brasil, ainda nas
décadas de 50 e 60 do século passado, a psiquiatra Nise da Silveira observou
que esquizofrênicos se relacionavam muito facilmente com cães. A partir de sua
experiência, ela desenvolveu o conceito de “afeto catalisador”. Neste caso, o
animal desempenha o papel de co-terapeuta, agindo como ponto de apoio a partir
do qual o doente passa a organizar-se psiquicamente.
Muito mais informações
científicas poderíamos acrescentar a este respeito. Entretanto, temos plena
condição e convicção de afirmar, que a convivência harmônica com os animais é
essencial à qualidade de nossa vida neste planeta.
Agora o paradoxo: se
por um lado amamos algumas espécies animais e delas nos beneficiamos emocional
e energeticamente; porque permitimos que outras sejam cruelmente mortas para
que seus corpos físicos satisfaçam nossos caprichos gastronômicos?
A resposta da maioria
dos seres humanos seria: porque a carne é essencial à saúde.
Trata-se de um paradigma
antiquíssimo e ultrapassado. A ciência da nutrição já comprovou que podemos
viver muito melhor sem carne. Sejam gestantes, crianças, jovens, adultos,
idosos, enfermos ou atletas, todos passariam muito bem sem os alimentos
provenientes das Indústrias da Morte. Está demonstrado pela ciência médica que
vegetarianos são menos sujeitos às doenças não transmissíveis, como
hipertensão, diabetes, doenças cardíacas, câncer, etc.
Portanto, se buscamos a
evolução moral, já é passado o momento de mudarmos os velhos conceitos.
Enquanto milhões de metros cúbicos de sangue precisam correr a cada dia para
atender nossos hábitos alimentares primitivos; enquanto 13 milhões de hectares
de florestas tiverem que ser destruídas anualmente, para criação de animais que
já nascem por nós condenados à morte, ou para produzir grãos destinados, em sua
maioria, à alimentação deles, sendo que poderiam ser utilizados diretamente
pelos humanos; não haverá justiça, nem paz, nem equilíbrio neste planeta
habitado por espíritos ainda infantis e inconscientes das verdades da Vida
Maior.
Abraços!
Literatura citada:
Authausen, S. Afeto que
Cura. Revista Mente e Cérebro. São Paulo: Duetto Editorial, nº 169, 48-55,
2007.
Delarissa, F. A. e
Mattioli, O. C. Objetos de Amor. Revista Mente e Cérebro. São Paulo: Duetto
Editorial, nº 169, 56-61, 2007.
Leal, G. e Natalie, K.
Animais Terapeutas. Revista Mente e Cérebro. São Paulo: Duetto Editorial, nº
169, 40-46, 2007.
Muito lindo e esclarecedor o texto!
ResponderExcluirParabéns.
Beth
Aqui vai uma dica para quem tenta acessar seu blog pelo celular,
ResponderExcluirhttp://nososcachorros.blogspot.com/2012/02/como-configurar-seu-blog-para-celular.html
Abraxos.