Por Simone
Nardi. Coordenadora do blog Consciência Humana e colunista da Fundação Espírita André
Luiz (FEAL)
Não é sempre que vemos
alguém falando sobre a alma dos animais. Muitas religiões sequer aceitam que os
animais possuam alma, e as que aceitam, ainda começam a engatinhar nesse novo
tema, por isso talvez as dezenas de dúvidas que ouvimos quando alguém se coloca
a falar sobre os animais.
Talvez uma das
principais dúvidas é se eles voltam para nós quando desencarnam. Sabemos que
todos nós estamos ligados por laços que nos unem uns aos outros, sabemos que
nessa ou em outra vida, nós humanos nos encontraremos com nossos entes
queridos.
O que nos diferenciaria
então dos animais, se sabemos que somos todos irmãos embora em escalas diferentes?
Irvênia Prada, médica veterinária espírita, em todas as suas palestras sempre
nos diz: Nós somos os tutores dos animais, nossa responsabilidade é grande para
com eles.
Ora, como tutores desses
nossos irmãos, sabemos que eles nos seguirão e que nos encontraremos sempre que
lhes for permitido, retornando sempre que possível para nossos braços para um
novo aprendizado, tanto nosso quanto deles. Nem é preciso repetir aqui a
historia de Chico Xavier e seu cachorrinho que sempre lhe voltava aos braços.
Estamos ligados a eles
pelos mesmos laços que nos ligamos uns aos outros: Amor.
É esse amor que vai fazer com que cuidemos deles, de sua educação, de sua
evolução, de sua caminhada ao Pai. Assim como um dia fomos tutelados pelos
irmãos maiores, hoje tutelamos esses nossos irmãos em sua jornada de
aprendizado.
Se eles voltam? Sempre
que podem, sempre que lhes é permitido. Como sabemos? Nem sempre o sabemos, mas
há sempre um olhar, uma brincadeira, um afago, um algo mais que os identifica.
Perdi há alguns anos um
rottweiler muito querido, meu amigo e companheiro, inteligente e carinhoso,
morreu em meus braços, me olhando, se despedindo. Passaram-se dois anos de sua
morte e estava eu num parque quando, do nada, apareceu um cão sem raça, todo
preto e mancando de uma das pernas.
Seguia-a me para todo
lado, direi que estava "sorridente", pois a alegria em seus olhos era
quase palpável. Para onde eu ia, lá estava ele manquitolando e sorrindo para
mim. Todo mundo o apontava e apontava, logicamente, para mim, afinal aonde eu
ia, lá ia também ele aos saltos e latidos.
Em determinado momento,
resolvi ir para meu carro, e lá foi o Michelangelo, nome com o qual o batizei
em poucos minutos, correndo na minha frente. Sem que eu dissesse nada,
postou-se o danado bem ao lado do meu carro, sorrindo e abanando a cauda, ora
olhando para mim, ora para o carro. Disfarcei, pois sei que ele não tinha como
saber qual era meu carro, afinal eu o encontrara no meio do parque, aliás, ele
me encontrara.
Dirigi-me então a outro
carro, do mesmo modelo, fingi que ia abri-lo, Michelangelo não ligou, latiu e
tornou a olhar para meu carro como quem dissesse: Hei, você está no carro
errado, nosso carro é esse. Foi nesse instante que vi, naqueles olhinhos, não o
cão abandonado que me olhava, mas meu rottweiler Renno, esperto e sorridente,
no mesmo carro que durante tanto tempo o tinha levado aos veterinários.
Enquanto eu olhava para
meu antigo amigo, ele mais do que feliz, notara o reconhecimento e corria de
mim para o carro e vice-versa. Não tive como deixá-lo ali e quando chegamos em
casa, notei que não apenas seu olhar era o mesmo, mas seu modo de brincar, de
latir, de deitar, em tudo era Renno que havia voltado e, pelos caminhos do
destino, ele havia me encontrado novamente.
Ninguém em casa consegue
negar que Michelangelo é meu antigo rottweiler, noutra roupagem, para um novo
aprendizado e que, depois de muito sofrer as ruas, agora vive num merecido
repouso entre aqueles que um dia já haviam sido seus donos.
Hoje já não mais me
pergunto se eles voltam. Não, tenho certeza disso. Sim eles voltam. Não importa
como, nem importa a distância, eles sempre dão um jeito de nos encontrar
novamente. Esses são os caminhos do amor, sempre entrelaçados entre aqueles que
aspiram à mesma coisa:
Erguer-se ao Pai em sua
Jornada de amor.
Título original: Nossos Irmãos Animais
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Nossa...estou em lágrimas!
ResponderExcluirQue coisa mais linda!!
Os verdadeiros amigos são os animais!!!
ResponderExcluirPerdi um whippet, Sigmund, em Jan/2011, muito triste mesmo, aos 13 anos. Decidi não mais ter nenhum outro e doei tudo que era dele. Em Março, me ofereceram um da mesma raça, doação, relutei, no começo de abril fui conhece-lo, meu marido foi no outro dia, enfim, veio passar um fim de semana e está conosco até hj. Os detalhes: Sigmund e Happy (o atual) sem que nada fosse dito fazem necessidades no jornal e bebem agua na torneira da pia + baixa, um é o retrato espiritual do outro...
ResponderExcluirNossa, muitooo obrigado por divulgarem e pelo belíssimo texto...sou espírita e há alguns dias atrás me perguntei: Meus cachorros tem alma ? Pra onde eles vão ? Todos os animais tem alma ? Eles tem um ceu diferente ? Como é ?...mas não obtive resposta em nada que procurei ou li, mas como Deus é maravilhoso, me mandou esse texto para eu ler e tirar minhas dúvidas, na real, entender mais sobre o que eu já imaginava. Sou grato por ter meus 4 cachorros, amo eles, mas é engraçada que 1 deles é muito parecido comigo, se estou cansado ele está, se estou chato, ele tb, se não quero comer, ele tb hehehe agora entendo muito mais essa ligação com cada um!
ResponderExcluirMuito obrigado pelo texto e por compartilhar !
Marcos
Perfeito!!! Meu cachorro faleceu a uns 6 anos, tb rotweiller. 2 anos depois, fui informada q uns gatinhos haviam sido abandonados no lixo e uma pessoa os acolheu. Ng se interessava por eles pq acreditavam q eram fêmeas (eram machos!). Enfim, minha mãe trouxe 2 e no momento em que passou o medo dos pobrezinhos em chegar ao novo lar, indefesos e pequeninos, percebi q um dos gatinhos era o meu "Hot Hugo" de volta. O mesmo olhar, o mesmo carinho, o mesmo jeito, só em outro corpo e em outra espécie. Infelizmente nossa amizade foi interrompida neste domingo de páscoa. Encontrei-o morto, envenenado em frente à minha casa. Sofri horrores, está sendo muito doloroso. Nesses nossos 3 anos e meio juntos, não houve um dia em q deixei de abraçá-lo e dizer-lhe q desejo q ele seja feliz e amado durante toda a sua evolução. Creio q onde esteja, meu neguinho sente meu amor e assim o será. Espero q Deus me julgue merecedora de acolhê-lo sempre q necessário, é um amor, uma ligação inexplicável. Enfim, ao ler o relato acima, quis desabafar. Q meu relato, assim como o acima, sirva pra confortar outros corações q já sofreram com a perda desses adoráveis danadinhos. Paz e Luz a todos!
ResponderExcluirPerfeito! Eu tive uma cocker, a Alana, que era muito ligada a mim.. ela morreu de câncer aos 10 anos de idade, e eu fiquei muito triste. Três anos depois, jogaram de um carro uma filhotinha na porta do colégio onde eu trabalho, bem no horário da minha saída. Cuidei dela e hoje ela está aqui, e tem o jeito muito parecido com a Alana.. A paixão por bolas, a ansiedade, o gênio forte.. ela come deitada, igualzinho a Alana fazia! Minha mãe sempre erra e chama ela de Lana. Não deixa de ser, a nossa Alana, hoje, na pele de Lola. Um abraço!
ResponderExcluirNão posso deixar de postar após ler esta história emocionante....
ResponderExcluirUma história muito parecida aconteceu comigo.
Tive uma vira latas que ganhei quando criança chamada Luana (por coincidência o contrário de meu nome), ela tinha cerca de 2 anos quando veio p/ mim e eu na faixa dos 8 ou 9.
Luana foi minha grande companheira, me ensinou o amor pelos animais, falecendo em meus braços aos 16 anos de idade.
Muitos anos depois, namorava com um rapaz que trabalhava para um casal que possuía um canil de poodles. Seu chefe comentou que havia vendido uma filhota pela 3ª vez e que nunca dava certo com ninguém, as pessoas não tinham paciência com ela por ser filhote, e ofereceu a cachorrinha para ele, se fosse cuidar bem. Ele sabia que eu amava cães e me ligou perguntando. Eu imaginei que o pessoal de casa não ia querer, pois não gostavam de cães dentro de casa, e , por se tratar de um cão mais delicado, teria que ficar dentro, mesmo assim disse p/ ele trazer, quem sabe não se apaixonariam.
Quando eu a ví pela primeira vez foi automático o reconhecimento mútuo, era a Luana, não tive dúvidas e ainda não tenho, todos os mesmos movimentos, latidos e obediência instantânea de sempre, o dengo e tudo mais....Luana voltou para mim....e hj com nove anos de idade está aqui, neste momento, feliz sentadinha aos meus pés enquanto conto sua história....
Nossa,me emocionei lendo.
ResponderExcluirHá um mes perdi meu companheiro,meu Cocker Sidney,que criei com o mesmo amor que eu criaria um filho.Ainda estou sofrendo pela perda dele,mas só de ter essa certeza de que um dia iremos nos encontrar outra vez já ajuda um pouco a amenizar essa dor,eu não vejo a hora de reencontra-lo...
ResponderExcluirMuito lindo!!!
ResponderExcluirObrigada...
Acredito sim que eles voltam.
Muito lindo e real também! Estou vivendo uma experiência idêntica como uma cachorrinha que se foi e agora adotei outra. É emocionante rever todos os gestos e latidos nessa nova companheira. Amo demais. Tenho 5, sendo 4 adotados e cada um com um a história semelhante a algum dos que já tive e já se foram.Amo esses anjinhos de 4 patas.
ResponderExcluirminha doce Maite nao voltou ainda,mas,um outro caozinho que creio seja um dos filhos dela,peloa habitos,veio como meu sobrinho(cao sobrinho)e reconheco nele A SAUDADE que sentiu de mim...Maite andou por aqui enciumada,falei que ela era unica...entao ela deixou o caozinho em Paz...estou esperando ela!!!Bete
ResponderExcluirMeu Deus , estou em lágrimas pelo meu amado Kenzo que se foi em 03/02/12 e pela minha Sissi que se foi em 26/06/1991....ahhhhh saudades doídas ....
ResponderExcluirEstas histórias são muito lindas e acredito que todas são verdadeiras, mas não podemos nos limitar a acreditar que as almas dos animais limitam-se a ficar sempre como animais.Será que estas almas hoje encarnadas como animais não poderiam ser algum ente querido? Um pai, uma mãe, um amigo? Por que não? Quem nos garante que estes animais são aquelas mesmas almas condicionadas anteriormente no corpo animal? Por que não poderia ser um ente querido, que saberia as mesmas coisas que os animais já partido? Estes seres estão em evolução,assim como TODOS os seres vivos, e não necessariamente após o desencarne voltarão como animais novamente, pois sendo assim, não existiria evolução para estas almas. Assim como acreditarmos que não voltaremos como animais após termos recebidos este corpo humano não me parece em nada com justiça divina, pois sendo assim, esta justiça seria injusta, nos fazendo crer que somos mais importantes na cadeia evolutiva. Somos mais responsáveis, mas não necessariamente mais importantes, pois todo processo de evolução é importante, já que cada fase é necessária. Acreditar que podemos "involuir" para corpos de animais nos faz ter mais responsabilidade e respeito por estes seres que hoje são animais, mas amanhã poderão estar em nossa condição, e nós na deles. Obrigada.
ResponderExcluirOlá querida amiga, obrigada por levantar esta questão.
ExcluirEntretanto, o Espiritismo nos traz verdadeiro conhecimento acerca deste assunto:
Questão 540 de O Livro dos Espíritos: "O arcanjo começou do átomo."
A evolução se dá do menor para o maior, se não funcionasse desta maneira, qual seria a lógica do progresso?
Não quero dizer aqui que os animais não-humanos são inferiores aos humanos. Muito pelo contrário, caminham na mesma estrada que a nossa: a estrada da evolução espiritual, aquela que todos nós caminhamos, porém, o nível de evolução é diferente.
Este conceito que você nos faz pensar a respeito é chamado metempsicose.
No Livro dos Espíritos, questão 612, os Espíritos e Allan Kardec esclarecem esta dúvida:
"(...)Seria verdadeira a metempsicose, se indicasse a progressão da alma, passando de um estado a outro superior, onde adquirisse desenvolvimentos que lhe transformassem a natureza. É, porém, falsa no sentido de transmigração direta da alma do animal para o homem e reciprocamente, o que implicaria a idéia de uma retrogradação, ou de fusão. Ora, o fato de não poder semelhante fusão operar-se, entre os seres corporais das duas espécies, mostra que estas são de graus inassimiláveis, devendo dar-se o mesmo com relação aos
Espíritos que as animam. Se um mesmo Espírito as pudesse animar alternativamente, haveria, como consequência, uma identidade de natureza, traduzindo-se pela possibilidade da reprodução material. (...)"
Grande abraço! Espero que tenha ajudado na reflexão dos amigos!
Fernanda
CONCORDO CONTIGO, MAIS PELO QUE SEI DO ESPIRITISMO, NÃO EXISTE ESSA POSSIBILIDADE. NA MINHA OPINIÃO EXISTE SIM POIS PARA DEUS NADA É IMPOSSÍVEL
ExcluirQuerida Anelize. A possibilidade de retornar na escala evolutiva, e aqui devemos entender em nível espiritual, não é lógica diante da abordagem espírita, que aborda sempre sobre o progresso espiritual.
ExcluirObrigada por compartilhar!
Grande abraço!
Fernanda
Nossa... muito linda essa história.. é de emocionar qualquer um de nós!! Tenho uma cachorrinha que amo muito, espero que quando ela partir, um dia retorne para mim!!
ResponderExcluirObrigada por compartilhar essa linda história conosco!
Um grande abraço, e fique com Deus.
Que depoimentos emocionantes!
ResponderExcluirSão os nossos "anjos caninos".
Lindo!
ResponderExcluirLendo a narrativa acima, vou esperar o dia em que omeu Astor vai voltar numa outra roupagem .....
ResponderExcluirEstou emocionada com todos depoimentos! Que de alguma forma nos conforta. Estou sofrendo essa dor. Ai que saudade!!!!
ResponderExcluirSempre desconfiei que meu cãozinho havia voltado! Ozzy desencarnou há uns três anos, sofri muito! No ano passado, a mãe dele deu cria novamente, a um casal, o macho, além de idêntico, tem várias características do ozzy, uma delas é de ficar "empuleirado"no braço do sofá! A fêmea tem características de uma gatinha que tive há dois anos, atropelei sem querer, ao sair da garagem, sofri bastante também, deita no meu colo como a gatinha é meiga como tal! Eles voltam sim, e amam a gente da mesma forma!
ResponderExcluirConcordo plenamente com você!Tinha um gatinho cinza chamado Balu que morreu atropelado em frente de casa há uns 18 anos atrás.Fiquei muito triste quando aconteceu isto.Ele era muito esperto e brincalhão. Quando sentava no sofá ele gostava de ficar brincando com meus cabelos.Em 2010, adotei um gatinho todo preto que chamei de Leo. Para minha surpresa ele começou a fazer a mesma coisa que o Balu fazia.Ficava brincando com os meus cabelos e ele se tornou um super companheiro para mim. Eu amo muito o Leo e sei que ele é o Balu que voltou.Agradeço a Deus por ter permitido que um ser tão maravilhoso estivesse comigo de novo nesta vida.
ExcluirObrigada por compartilharem amigos!!
ExcluirGrande abraço!
Fernanda
Linda sua história!!!
ResponderExcluirAcabei de perder um filho cão muito especial para mim e desde então não paro de procurar sobre o tema. Ele morreu atropelado e eu vi tudo. Estou simplesmente arrasada e espero que Deus me dê a possibilidade de estar novamente com ele.
ResponderExcluirQuerida (o) amiga (o),
ExcluirEspero que os textos aqui postados estejam te ajudando de alguma maneira.
Lembre-se que o elo entre os seres é eterno, nunca se perderá.
A saudade, certamente, existe, mas devemos lutar com muita fé para que ela seja serena.
Mesmo Chico Xavier, conhecedor da vida espiritual de todos os seres, certa vez orou muito para superar a despedida de sua amiga Aninha (uma gatinha) e disse: "- Olha, meu filho, eu não vou sentir uma dor maior quando perder um parente, um amigo; vou chorar igual, sentir igual (...) e ainda observou: - Os espíritos me dizem que o animal com algum progresso sempre volta ao ambiente em que ele se habituou..."(Carlos Baccelli no livro Chico Xavier, Amigo dos Animais, Editora LEEPP).
Conte conosco! Grande abraço!
Fernanda