“Ela jamais vai conseguir deste jeito”, pensou Betty enquanto observava a tentativa desajeitada de um corvo macho de retirar a comida colocada no fundo de um longo tubo de vidro, usando apenas o bico. Os corvos são estudados no departamento de Ecologia Comportamental da Universidade de Oxford, na Inglaterra, que procura identificar comportamentos inteligentes nos animais.
Quando o corvo macho finalmente desistiu da comida no tubo de vidro, Betty aproximou-se com um pedaço de arame, dobrou-o na forma de gancho e enfiou-o no tubo até o fundo, fisgando o petisco. Nas semanas seguintes, Betty foi destaque nas principais revistas científicas do mundo. Pela primeira vez os pesquisadores haviam testemunhado um bicho capaz de lidar com um problema difícil, pensar uma estratégia engenhosa e até mesmo construir uma ferramenta para pôr em prática suas ideias.
Quando o corvo macho finalmente desistiu da comida no tubo de vidro, Betty aproximou-se com um pedaço de arame, dobrou-o na forma de gancho e enfiou-o no tubo até o fundo, fisgando o petisco. Nas semanas seguintes, Betty foi destaque nas principais revistas científicas do mundo. Pela primeira vez os pesquisadores haviam testemunhado um bicho capaz de lidar com um problema difícil, pensar uma estratégia engenhosa e até mesmo construir uma ferramenta para pôr em prática suas ideias.
O autor da façanha era justamente Betty, um corvo fêmea que, em agosto de 2002, entrou para a história da ciência como o pássaro mais inteligente já estudado pelo homem.
O feito de Betty é memorável, em primeiro lugar porque esse corvo demonstrou ter uma capacidade de raciocínio comparável ao de crianças de 4 anos de idade. Mas o que realmente surpreendeu os etólogos – estudiosos do comportamento animal – é que Betty era até então um pássaro comum, capturado e levado ao laboratório por acaso e sem nenhum tipo de tratamento especial para fazer o que fez.
Até poucos anos atrás, esperava-se encontrar demonstrações de inteligência sofisticada no reino animal apenas nos chamados primatas, como chimpanzés, gorilas e orangotangos – e isso pelo simples fato de serem nossos primos mais próximos.
Betty, enfim, nos mostrou que a inteligência animal está muito além do que podemos notar.
Veja o vídeo abaixo:
Veja o vídeo abaixo:
Referência: Revista Terra. Existo, logo penso. nº 141, pp. 54-59, São Paulo, 2005.
CRÉDITO VÍDEO: http://www.youtube.com/user/cordeiropascoal
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