Imo é uma macaquinha especial. Sozinha, ela criou comportamentos que mudaram o estilo de vida de uma espécie japonesa (Macaca fuscata) da ilha de Koshima. No começo da década de 50, pesquisadores perceberam que ela, por alguma razão, passou a lavar a batata-doce antes de levá-la à boca. Até então, os animais simplesmente enfiavam o alimento na boca com terra e tudo.
Gradualmente, o comportamento se espalhou na comunidade. Após algum tempo, vários filhotes já repetiam a técnica, visível hoje em quase toda a população da ilha de Koshima.
Imo, que em japonês quer dizer batata-doce, não parou por aí. Alguns anos depois ela arrumou um jeito de peneirar o trigo que era espalhado na areia pelos pesquisadores que observavam o grupo. Inicialmente os macacos pegavam os grãos um a um, e demoravam um tempão. Mas um dia Imo teve a brilhante ideia de pegar um punhado de trigo e areia e levar até à água.
A vantagem da técnica foi clara: a água facilmente separava os grãos da areia, e ela pôde comer tranquilamente. Assim como as batatas, a lavagem do trigo não demorou para se espalhar pelo grupo.
Esta história é uma dentre muitas sobre a inteligência animal. Esta macaquinha transmitiu conhecimento. Transmitiu cultura. O que, para muitos pesquisadores, parecia não ser possível algumas décadas atrás.
Fonte: Inteligência Animal. Superinteressante, janeiro de 2005.
Acredito se realisar pesquisas com outras espécies de animais, iremos ter muitas surpresas.
ResponderExcluirVocê está repleto (a) de razão. Sempre quando pesquisas sobre a moral, inteligência, sensibilidade, são evidenciadas, as pessoas se surpreendem com a capacidade dos outros animais.
ResponderExcluirGrande abraço!