terça-feira, 13 de agosto de 2013

As demonstrações de consciência nos animais não humanos

No dia 15/06/2013, tive o prazer de conversar um pouco sobre a inteligência, senciência (capacidade de sentir) e consciência dos animais não humanos com os queridos amigos do Grupo Fraternal Francisco de Assis (GFFA).

Não é a primeira vez que estive lá e mais uma vez pude compartilhar da maravilhosa energia que a casa possui. Gostaria muito de agradecer principalmente aos amigos Gilberto e Simone pela oportunidade.

Neis, Simone, eu e Gilberto no GFFA! Obrigada amigos!

Quando fui a primeira vez à casa, acompanhando o professor Edson em sua palestra “Alimentaçãoe Evolução Espiritual” (veja o vídeo no YouTube), fiquei encantada com o empenho de toda a equipe encarnada trabalhando também em prol dos nossos irmãos animais.

No dia 15/06, nossa conversa foi sobre as informações que a espiritualidade e a ciência humana vem nos trazendo sobre a relação que estamos mantendo com os outros animais que habitam a Terra. O objetivo foi refletir sobre nossas atitudes diante destas informações.

Em julho de 2012, Philip Low, um neurocientista canadense, coordenou um manifesto que declara que todos os mamíferos e aves têm consciência. Além de alguns seres como lulas e polvos. A “Declaração de Cambridge sobre a Consciência” foi apoiada por importantes pesquisadores e teve repercussão internacional.

A base deste estudo se refere aos correlatos neurais que estes animais compartilham com o homem. “Sabemos que todos os mamíferos, todos os pássaros e muitas outras criaturas, como o polvo, possuem as estruturas nervosas que produzem a consciência. Isso quer dizer que esses animais sofrem. É uma verdade inconveniente: sempre foi fácil afirmar que animais não têm consciência.”, disse Low em entrevista para a revista Veja Online.

Cão se despede de parceiro policial (Fonte: Terra)

Segundo Prada (2010), as funções mentais superiores, aquelas que estão intimamente ligadas ao livre-arbítrio, à capacidade de aprendizado, à elaboração de estratégias, à iniciativa etc, estão intimamente ligadas ao córtex cerebral (à área pré-frontal do cérebro).

Apesar da ciência humana ainda não ter definido o que é consciência, a espiritualidade há muito tempo nos atenta para este assunto. A consciência nada mais é do que “nós mesmos”, ou seja, o espírito.

Sabemos que a inteligência de um animal emana do mesmo princípio que a do homem (apenas com a diferença de que no homem passou por uma elaboração maior, a qual o animal terá a oportunidade de vivenciar; Livro dos Espíritos, questão 606 a).

O princípio inteligente é a base do espírito. Desta forma, podemos afirmar que os animais são espíritos. Espíritos são consciências, portanto os animais possuem consciência.

Para quem não viu e viu: Golfinho pedindo ajuda a um mergulhador - uma demonstração de consciência (Vídeo no YouTube)

Prada (2010) também observa:

“É inegável a existência de consciência nos animais, entretanto existe diferença expressiva entre homens e animais.”

A ciência humana e a espiritualidade nem sempre concordam, mas é interessante observar que muitas vezes elas corroboram uma com a outra.

Por exemplo, Charles Darwin em 1873 em seu livro “A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais”, observou:

“Nos humanos, algumas expressões, como o arrepiar dos cabelos sob a influência de terror extremo, ou mostrar os dentes quando furioso ao extremo, dificilmente podem ser compreendidas sem a crença de que o homem existiu um dia numa forma mais inferior e animalesca.”

Allan Kardec já em 1857 com a publicação de “O Livro dos Espíritos”, observou (questões 604 e 609, respectivamente):

“Tudo se encadeia na natureza (…).” “Há sempre aneis que ligam as extremidades da cadeia dos seres (...).”

Assim, foi sugerida uma reflexão íntima a cada um que assistia a palestra: “Qual é a relação que temos mantido com todos os irmãos animais? Daqueles que cuidamos como filhos até aqueles que nunca vimos e que, ainda e infelizmente, nos alimentamos deles?”

Imagem de artista polonês Paweł Kuczyński (Fonte: Catraca Livre)

Certa vez, Jeremy Bentham (1748-1832) citou:
A questão não é: Os animais pensam? ou eles falam? A questão é: eles sofrem?”

Há quanto tempo sabemos disto e nada fazemos? Saber que eles também possuem consciência mudará a forma com que os tratamos?

Fica a oportunidade de reflexão e talvez atitude.
Grande abraço!

Fernanda

6 comentários:

  1. porque é tão difícil pra muito espíritas reconhecer isto, e simplesmente continuar consumindo carne sem sair de sua zona de conforto, vejo jantares espíritas pra arrecadação de fundos para casas espíritas onde cadáveres são servidos, isto me causa mais repugnância do que ver pessoas de outras religiões fazendo o mesmo!

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    1. Karina, importantíssimo seu comentário!

      Para os que, supostamente, têm maior conhecimento, mais será cobrado.

      Precisamos acordar.

      Obrigada!
      Grande abraço!
      Fernanda

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    2. Nossa Karina, penso exatamente a mesma coisa! Esses dias recebi um convite para um evento de um centro espirita que adoro frequentar, convidando para uma "feijoada beneficente". O pessoal do centro divulgou um vídeo de voluntários preparando a feijoada e brincando com as orelhas dos porcos. Achei aquilo tão repugnante que tive que comentar... Disse que aquele comportamento nada tinha a ver com o que a doutrina espírita nos ensinava... Tudo o que fizeram foi discordar do meu comentário, dizendo que eu não era "tolerante". Muitas pessoas se divertiram com o vídeo, espíritas fervorosos, frequentadores assíduos do centro, pessoas que fazem o evangelho no lar!

      Penso: que Deus tenha piedade de nós, que mesmo com todo o esclarecimento que a doutrina espírita proporciona, fazemos coisas desse nível.

      Que caridade é essa, praticada às custas do sofrimento de inocentes?

      Que bom saber que não sou a única que sente essa tristeza...

      Esse seria um assunto bem bacana para um próximo post, Fernanda... Fica uma sugestão! :)

      Abraços,

      Juliana

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    3. Oi Juliana! Obrigada pela dica e pelo cometário!

      Você tem razão e não está sozinha!

      Existe um grupo chamado UNAVEG que promove todos os anos diversos jantares vegetarianos beneficentes. O dinheiro arrecadado vai para centros espíritas da cidade e região!

      Veja nesse link alguns eventos: http://animaiseoespiritismo.blogspot.com.br/p/atletas-vegetarianos.html

      Devemos promover isto, pois é muito possível sermos caridosos com homens e animais! Estas ações jamais serão excludentes! Muito pelo contrário, sempre será benéfica para todos os nossos irmãos!

      Grande abraço!
      Obrigada!
      Fernanda

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  2. Para mim, nada mudou. Eles pensam, "falam", sentem e sofrem.

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