Um anjo chamado SOL

O texto a seguir foi escrito pela amiga e leitora do blog Karen Mullenberg.

Karen, agradecemos imensamente por sua contribuição na divulgação do amor e do respeito para com os animais não-humanos e por compartilhar essa bela história conosco.

Para compartilhar sua história conosco, acesse: Escreva sua história!

"Eu tinha um casal de poodle. O Toy que ainda está comigo vai fazer 16 anos e a Gaby, o grande amor da minha vida, que morreu no meu colo num retorno a clínica veterinária. Naquele dia, ela completava 13 anos e meio, e não tenho vergonha de dizer que minha vontade foi de morrer junto com ela, isso me doi e sei que nunca vou esquecê-la.  

Aconteceu que o Toy ficou triste demais, não comia mais nada, só dormia e foi emagrecendo muito, ficou pele e osso. A veterinária me disse para arrumar outro para fazer companhia, eu não queria. Na minha cabeça, ninguém ficaria no lugar da minha pequena.

Na época fiquei desacreditada em tudo (hoje sei que não existe isso de tomar lugar, cada um que chega tem um lugar no meu coração e nele cabem todos os que vierem). Até que um dia, sem querer, reparei que tudo me levava ao número 27 – talvez ainda seja loucura minha, mas foi tudo muita coincidência –, a Gaby nasceu dia 27 de março e morreu no dia 27 de setembro, num dia chuvoso no meu colo.

Nesse dia sentada no carro de volta pra enterra-la, vi manchas azuis saindo dela, não sei o que é isso até hoje, mas vi. Não falei nada para ninguém, porque sei que iriam dizer que estava vendo coisa, mas te garanto que não estava.

Um tempo depois, abrindo um livro, achei uma receita dela de quando ela começou o tratamento do câncer que a levou à morte, e lá estava! Dia 27 de abril! fiquei com aquilo na cabeça, não sei se era por querer tanto um sinal de quando ela voltasse, não sei!

O tempo passou e meu velhinho (Toy) ia ficando cada vez mais desanimado e eu tbm. Nem em sonho eu não a via, não sei o motivo, mas nunca sonhei com ela, eu queria tanto saber como ela estava, mas nada de sonhos.

Enfim, acabei conhecendo a dona de um canil na mesma clínica que eu tratava dos dois, e acabei indo ver os cães. Lá vi minha gorducha Polly. Como adoro cães, não resisti, trouxe minha gorducha. O Toy voltou a comer e engordou de novo. Ficou melhor, afinal tinha uma companhia e também alguém para mostrar quem era o dono da casa!

Polly sempre muito brincalhona, ele não aguentava – coitado – , porque a idade não ajudava. Resolvi arrumar mais uma companhia pra Polly.

Polly - branca e preta

Entrei em contato com a dona do canil e naquele dia tinha nascido uma ninhada de lhasa, três meninos  e duas meninas, mas  já tinha outra pessoa pra escolher primeiro. Vi a ninhada toda e já de cara vi a Sol. Sua data de nascimento foi 27 de abril (mas e se a outra pessoa escolhesse ela?). Queria tanto ficar com  ela, só não me perguntem o motivo disso, pois nem eu mesma sei, afinal eu não poderia ir pela data, mas pelo meu coração. E era pra ser minha filhinha também, pois ela foi a escolhida. “Que felicidade!”, pensei. Eu ia levar minha Solzinha!

Fui vê-la quando ela completou 20 dias...até aí tudo normal. Quando ela completou 50 dias, a dona do canil me trouxe a pequena, quando vi levei um susto, ela estava imunda! Fedia muito e não cresceu nada, parecia que continuava com 20 dias.

Peguei ela no colo ela me lambeu tanto. Parecia que já me conhecia. Passei com ela direto no veterinário; estava com vários problemas que foram logo tratados. Quando chegou em casa parecia que estava na casa dela, não estranhou nada, nunca chorou.

SOL

O tempo foi passando... ela não crescia, então quando fez três meses a veterinária achou melhor fazer um ultrassom. E foi feito. O resultado me deixou arrasada, má formação nos dois rins. Desde esse dia estamos cuidando pra ela viver bem, sempre fazendo exames, ração especial...

Sol ainda esta comigo, agora com 11 meses, continua pequenina; o pêlo cresceu depois de ter caído quase todo. Está lindinha e brincalhona que só ela! A gente sente que ela é FELIZ,  não tem insuficiência ainda, mas não sei ate quando, pois a expectativa  de vida nesses casos é curta. Peço todos os dias que aconteça um milagre. Só um milagre que pode salvar minha pequena. Gente é muito difícil passar por isso, saber que não tem muito tempo. Eu gostaria que todos os meus anjos ficassem comigo por pelo menos 15 ou 20 anos, amei minha Gaby de toda minha alma e amo todos os meus anjinhos.

Tenho muitas dúvidas e sei que não vou saber nunca se ela é minha Gaby que voltou, mas sei que faço tudo que posso por ela e pelos outros."

SOL, TOY e POLLY